WinISIS e o ensino na Biblioteconomia

Dois artigos do Bibliotecários sem Fronteiras (um sobre o curso de WinISIS no próximo EREBD Sul e outro sobre o ensino da Biblioteconomia/Ciência da Informação) deram origem a outros posts no próprio blog e também na “biblioblogosfera“, além de muito debate nos comentários.

É aquele dilema sem fim, discutido inúmeras vezes em eventos, e-mails e conversas de final de aula: o que fazer com o ensino da biblioteconomia no Brasil, principalmente em relação às “novas tecnologias”?

Desta vez, uma novidade: a maior vítima da discussão foi o WinISIS. Muitos defendem que não há motivos para ainda ser utilizado, já que é possível optar por sistemas open source (e gratuitos) melhores. Também apareceram críticas ao ensino exclusivo desse software nas aulas de representação descritiva e informática aplicada à biblioteconomia.

Ainda estamos longe da adequação do currículo às tecnologias digitais. Falta, por exemplo, uma disciplina que trate mais especificamente da cultura digital, que dê para os alunos as ferramentas para entender o que acontece na Internet. O importante é ter base, não somente saber usar os programas. Como o Tiago disse, 

o papel da Universidade é formar pessoas capazes de resolver questões complexas, não aplicar modelos.

Apesar de ter parado no tempo, precisamos sim saber que o WinISIS existe; ele ainda é utilizado em muitas bibliotecas. E, principalmente, temos que conhecer suas vantagens e desvantagens frente ao Sophia, ao ALEPH, ao OpenBiblio, etc. Se mostrarmos aos futuros bibliotecários que existem opções gratuitas mais confiáveis que o WinISIS, facéis de instalar e utilizar, eles irão optar por outro sistema para suas instituições.

Como os OPACs e os sistemas integrados não são mais sinônimos de biblioteconomia e informática, temos também que conhecer a cultura da colaboração, os vídeos virais do YouTube, blogs, wikis e microblogging, aplicando esses conceitos (ou não) de acordo com a realidade de cada instituição. É importante saber o que é MySQL, mas não é fundamental saber programar (a não ser que você tenha interesse).

A biblioteconomia (e também outras carreiras – não estamos sozinhos nesse barco!) foi pega de surpresa pelos rápidos avanços tecnológicos. E a única solução que nos resta é correr atrás do prejuízo. Como sempre, o problema é o “como”. E até encontrarmos uma resposta, é mais do que importante que essas discussões continuem.

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